|     As barreiras enfrentadas pelos usuários de planos e seguros de   saúde para ter acesso à nova cobertura mínima obrigatória que entrou em vigor   há mais de quatro meses vai além da dificuldade de atendimento por   psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais, como   denunciado pelo Estado de Minas na segunda-feira. Segundo a Pro Teste   Associação de Consumidores, é geral o boicote de profissionais, hospitais e   laboratórios frente aos baixos preços pagos pelas operadoras pelos novos   procedimentos.         "Estamos recebendo reclamações de consumidores de todo o país que não   estão conseguindo colocar DIU ou fazer laqueadura das trompas, entre muitos   outros procedimentos, pelo plano de saúde. Profissionais, hospitais e   laboratórios têm se negado a realizar os procedimentos, alegando que as   operadoras pagam muito pouco. A reclamação é geral", denuncia Maria Inês   Dolci, coordenadora-institucional da Pro Teste. A entidade enviou as   denúncias e solicitou providências da Agência Nacional de Saúde Suplementar   (ANS).         "Os consumidores têm que entrar em contato com as operadoras e fazer   denúncia à ANS. Mas muitos não fazem isso porque têm medo e por causa da   relação de confiança com o médico. Alguns, inclusive, preferem juntar o   dinheiro para pagar particular para fazer o procedimento a ter que procurar   outro profissional", observa Maria Inês.         Apesar de o plano de saúde indicar os profissionais credenciados, o usuário,   quando chega para o procedimento, é informado que, pelo convênio, o   atendimento não será feito, por não cobrir os custos reais. Para garantir   acesso às novas especialidades nessa situação, o consumidor se obriga a   questionar judicialmente. "Esse é um problema que deveria ser resolvido   entre a operadora e o médico, ou o laboratório, e não ser transferido para o   consumidor", reforça a advogada.         Desde 2 de abril, os planos estão obrigados a oferecer diversos   procedimentos, além de sessões de nutrição, fonoaudiologia e psicanálise. A   ampliação da cobertura dos planos de saúde sem reajuste das mensalidades,   porém, provocou polêmica antes mesmo de entrar em vigor.         O Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo (Sinamge) e o Sindicato   Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog) ingressaram com uma   ação na Justiça Federal do Rio de Janeiro questionando o novo rol, sob a   alegação de que seria necessário um reajuste entre 5% e 10% no valor dos   planos para cumprir as determinações. A Justiça, porém, confirmou o direito   dos usuários de usufruírem dos novos procedimentos, negando o pedido de   liminar para suspensão do novo rol.                     |   
  
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