OPERADORA DESCREDENCIA 47 CLÍNICAS EM ABRIL E MAIO


Data: 25/6/2009
Fonte: Valor OnLine

Entre abril e maio, a Unimed Paulistana descredenciou 47 clínicas na cidade de São Paulo e arredores. Segundo a cooperativa, os desligamentos ocorreram após a incorporação de cerca de 500 médicos à base de cooperados, o que reduziu a necessidade de uma rede terceirizada de prestadores de serviço.

Das 47 clínicas, a Unimed informa que 23 foram descredenciadas por completo e 24 tiveram o serviço de consulta suspenso.

“Nosso foco é dar trabalho ao médico cooperado”, diz Mario Santoro Junior, presidente da operadora de planos de saúde. Segundo ele, uma rede maior de prestadores credenciados (chegavam a 300) foi necessária enquanto a base de médicos próprios esteve reduzida.

Desde 2008, a cooperativa vem ganhando novos membros. No fim do ano, ela contava com 1,8 mil médicos. Hoje, tem 2,1 mil e outros 233 em preparação.

Os novos médicos tiveram que pagar mais para entrar na cooperativa, já que em 2008 o valor da cota subiu de R$ 15 mil para R$ 40 mil. Por outro lado, a Unimed reduziu de dois anos para apenas uma semana o tempo que o médico fica num tipo de estágio, antes de ser aceito como membro.

As medidas tomadas pela Unimed frustraram as clínicas descredenciadas e chamaram a atenção do Sindhosp, sindicato que representa clínicas, laboratórios e hospitais paulistas.

“É a primeira vez que vemos um descredenciamento tão grande”, diz Dante Montagnana, presidente da entidade. “Isso causa um impacto financeiro muito forte para as clínicas e, mais importante, um impacto para o usuário do plano de saúde”, diz.

“O descredenciamento foi completamente irregular e anti-ético com os pacientes”, afirma Luiz Carlos Gracitelli, dono da rede de clínicas de ortopedia Ortocity, que foi desligada do serviço de consulta e pronto-socorro, mas teve o serviço de reabilitação mantido.

Segundo ele, as consultas foram suspensas pela Unimed a partir de 2 de maio, mas o aviso verbal foi dado em 13 de abril e só chegou por escrito no dia 28 do mesmo mês. “Foi descumprida a cláusula do contrato que estabelece 30 dias para a rescisão”, diz.

Segundo ele, a central de atendimento da Unimed também passou informações erradas aos pacientes. “Diziam que nós estávamos atendendo e quando o paciente chegava, tínhamos que negar o atendimento”, afirma.

Além disso, diz, alguns pacientes tiveram o tratamento interrompido. Segundo Gracitelli, desde o desligamento, a Ortocity deixou de fazer cerca de 2,5 mil atendimentos por mês, cerca de 15% do total. Por causa disso, diz ter demitido 30 dos 300 funcionários.

 A clínica Coti, na zona Norte de São Paulo, teve suspenso o serviço de consultas e perdeu cerca de 40% dos atendimentos. Do total de 20 funcionários, metade foi demitida. Segundo a gerente, Edilene de Abreu, a Unimed permitiu a manutenção dos tratamentos em andamento.

Santoro, da Unimed, rebate que todos os prazos estabelecidos em contratos foram mantidos, assim como os tratamentos que já estavam acontecendo.

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Empresas não são obrigadas a cumprir aviso prévio de 60 dias para cancelamento de plano de saúde

PLANOS NÃO PODEM OBRIGAR TRANSFERÊNCIA DE HOSPITAL

SÚMULA NORMATIVA - Nº 25, DE 14 DE SETEMBRO DE 2012