Resoluções da ANS mudam o papel do corretor de seguros
A série de resoluções emitidas pela ANS não trouxe mudanças apenas à forma de contratação dos planos e seguro saúde pelas empresas. Alterou também a rotina do corretor de planos de saúde que atua na gestão de saúde das empresas. "Antes das regras, o corretor visitava a empresa ao menos três vezes por ano, negociava reduções, parcelamentos e aportes. Agora, terá de tomar medidas preventivas para reduzir o reajuste, o qual será aplicado aos clientes uma única vez por ano, atingindo, provavelmente, dois dígitos, e não mais um dígito como era de costume", explica Vera Lúcia Bejatto, presidente da Victory Consulting, consultoria especializada em gestão de saúde para empresas. Ela esclarece que, ao contrário do que muitos acreditam, o aumento anual das mensalidades de planos e seguro saúde corporativos não é uma vantagem. "A mudança de periodicidade dos reajustes pressionará os percentuais para cima, uma vez que a majoração anual será a única oportunidade de as operadoras revisarem os preços", acrescenta. Eficiência. Na visão de Vera Bejatto, o corretor de seguros terá um novo papel na gestão de saúde das empresas. Segundo ela, caberá a esse profissional a responsabilidade de escolher a melhor operadora e projetar qual será o percentual de reajuste aplicado na data de aniversário do plano. "Em alguns casos, a eficiência do trabalho do corretor determinará o percentual de reajuste proposto pela operadora", acredita. De acordo com a consultora, nesse novo cenário, o corretor ou o consultor de benefícios das empresas terá de conhecer a fundo a composição do custo assistencial, do valor das consultas até de exames, além de se inteirar da nova regulamentação para poder mensurar seu impacto e o custo/benefício futuro. "Embora o momento atual seja de total obscuridade, até porque mais uma resolução será emitida pela ANS em breve, as operadoras estimam que o aumento dos planos e seguros saúde será entre 9% e 17,91%", informa.Ainda que o reajuste não seja adequado à empresa, Vera Bejatto não aconselha uma mudança de operadora. Mas, se a opção for a troca, então ela orienta ao corretor que tenha cautela, precavendo-se de surpresas com a nova operadora, que poderá aplicar elevados aumentos na renovação do contrato. "Nesses casos, o corretor deve ter um plano B para manter o plano da empresa. Mas, se não for possível, deve oferecer uma alternativa, sabendo que os planos são iguais em coberturas e diferem apenas em serviços agregados e composição da rede versus reembolsos". O corretor também deve ficar atento, segundo a especialista, a algumas condições que pesam nos custos dos planos de saúde. Uma delas são os funcionários afastados por muito tempo para tratamento médico. "São eles que puxam os reajustes para cima. Por isso, o corretor deve auxiliar o RH das empresas nesses casos", disse. Outra questão com a qual o corretor passará a preocupar a partir de 7 de julho, com a entrada
Comentários